
Título: A Dança das Andorinhas
Autora: Zeina Abirached
Edição: Julho 2016
Tradução: Carlos Xavier
Páginas: 192
Editora: Levoir
ISBN: 9789896825843
Sinopse
Nascida em 1981 em Beirute, em plena Guerra Civil, Zeina Abirached foi para Paris em 2004, para estudar artes decorativas, e estreou-se na BD em 2006. A sua obra é marcada pelas suas memórias da Guerra do Líbano, bem presentes em “A Dança das Andorinhas”, novela gráfica nomeada para os prémios de Angoulême, que retrata um dia na vida das famílias que habitam um prédio na cidade devastada pela guerra.
«Em Outubro de 2006, no site na Internet do Instituto Nacional do Audiovisual encontrei uma reportagem gravada em Beirute em 1984. Os jornalistas entrevistavam os habitantes de uma rua situada na proximidade da linha de demarcação, que cortava a cidade em dois. Uma mulher, bloqueada pelos bombardeamentos na entrada do seu apartamento, disse uma frase que me perturbou: “Sabem, acho que, mesmo assim, se calhar estamos mais ou menos em segurança, aqui”. Essa mulher era a minha avó.» Zeina Abirached

Opinião
Não sendo propriamente fã de novelas gráficas, este é um género que me vai cativando cada vez mais. No entanto, esta leitura deixou algo a desejar. Na minha opinião, a história poderia ter sido mais explorada já que há tantas vinhetas que não têm texto e são tão semelhantes entre si, que haveria espaço para tal. Percebo que dê uma ideia de espera, do tempo que não passa, de preocupação, mas haveria, com certeza, muito mais a dizer.
Não deixa de ser uma obra autobiográfica impressionante, feita de memórias. É impossível não se comparar com Persépolis, de Marjane Satrapi, a começar pelas ilustrações monocromáticas, e de que gostei mais.
A narrativa desenvolve-se quase exclusivamente na entrada de um primeiro andar, o local mais seguro do prédio, por causa das bombas que fustigam a cidade em guerra. É uma história sobre os laços familiares e uma ode à amizade, aquela que salta à vista precisamente nos momentos mais difíceis.
Boas Leituras ❤️