«A alienação do espectador em proveito do objecto contemplado exprime-se assim: quanto mais ele contempla, menos vive; quanto mais aceita reconhecer-se nas imagens dominantes da necessidade, menos compreende a sua própria existência e o seu próprio desejo.»
Publicada em 1967, A Sociedade do Espectáculo é a obra filosófica e política mais famosa de Guy Debord e uma análise impiedosa da invasão de todos os aspectos do quotidiano pelo capitalismo moderno. O espectáculo, «uma droga para escravos» que empobrece a verdadeira qualidade da vida, é apontado pelo autor como uma imagem invertida da sociedade desejável, na qual as relações entre as mercadorias suplantaram os laços que unem as pessoas, conferindo-se a primazia à identificação passiva, em detrimento da genuína actividade.
Sobre o Autor
Guy Debord, nascido em 1931, em Paris, suicidou-se em 1994, nas montanhas de Auvergne. Co-fundador, em 1957, da Internacional Situacionista, foi seu co-dissolvente em 1972.
Do mesmo autor, o companheiro inseparável d’A Sociedade do Espectáculo, os Comentários (1988) e um texto de carácter autobiográfico, Panegírico.