Canto de Mim Mesmo, poema épico de Walt Whitman

Tão atual hoje como no século XIX, é reeditado pela Guerra e Paz.

Ignorado, censurado e cancelado no seu tempo, por ser contra o estabelecido, Canto de Mim Mesmo de Walt Whitman é hoje um poema imortal e talvez o mais importante de Folhas de Erva, obra maior do autor. Inovador, tanto pela forma como pela introdução de temas do quotidiano, é tão actual hoje como o era há 166 anos, devido ao seu apelo ao não-julgamento e à não-censura. O poema, amplamente elogiado por Jorge Luis Borges, é agora publicado pela Guerra e Paz, numa edição traduzida pelo poeta português João Moita.

Do «deslumbramento à vertigem». É desta forma que, segundo o Jorge Luis Borges, somos conduzidos pelo génio de Walt Whitman quando lemos o Canto de Mim Mesmo. O poema é talvez o mais importante da obra mais famosa de Whitman, Folhas de Erva, livro imortal que, aquando da sua publicação, em 1855, foi censurado por exaltar o corpo, a alma, a sensualidade e a sexualidade como parte maior e indivisível do Homem.

Precursor da rima branca e dos temas do quotidiano, e inovador pelos temas que aborda, o poema é, à sua maneira, um épico americano que celebra a democracia (e, consequentemente, a igualdade) como forma de vida, que celebra o ciclo de crescimento e a morte como algo natural, que celebra a beleza do indivíduo na sua individualidade e no colectivo que é o universo, assim como celebra a natureza, o sexo e a sexualidade como expressão e fusão do «eu» com os outros e com a natureza.

Numa argumentação intemporal, o autor faz o elogio do autoconhecimento, da liberdade e da aceitação de «mim mesmo» e de todos os outros. Num mundo que se fragmenta e se sepulta numa visão de desagregação, o poeta promove a união dos corpos, das almas e do «eu». «Um idioma contemporâneo», segundo afirmou Jorge Luis Borges, vaticinando que «centenas de anos passarão antes que seja uma língua morta».

Whitman faz ainda um apelo ao não-julgamento e à não-censura, tão urgente hoje como há 166 anos. É em resposta a esse apelo que a Guerra e Paz apresenta uma nova edição de Canto de Mim Mesmo que, além do poema integral, inclui uma nota sobre a obra, uma cronologia do autor e a resposta à pergunta «Porquê Ler o Canto de Mim Mesmo Hoje?».

Com tradução de João Moita, Canto de Mim Mesmo é um livro da coleção Clássicos Guerra e Paz, disponível a partir do próximo dia 8 de Fevereiro na rede livreira nacional e no site da editora.

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Sobre o Autor:

Considerado o grande poeta da Revolução Americana – ou até mesmo o maior poeta de toda a literatura americana – o nova-iorquino Walt Whitman (1819-1892) destacou-se no estilo do verso livre, sem restrições métricas, mas também com um pensamento que dessa forma funcionava: sem limites e regras.


Dele escreveu Fernando Pessoa: «Introduziu uma nova subjetividade na conceção poética e fez da sua poesia um hino à vida.»


Whitman foi, no verdadeiro e justo entendimento do termo, um visionário. Celebrou o homem e a natureza, incentivando pelas suas palavras os mais nobres ideais de comunhão, de partilha e de participação democrática nos Estados Unidos da América.


Se fosse vivo, talvez Walt Whitman hoje escrevesse coisas parecidas às de outrora, de tão imutáveis que parecem ser os sentimentos que descreveu, de tão evidente que era, para o autor, a delicadeza da condição humana, do amor, do sexo, da vida em comunhão nas cidades e dos caminhos difíceis que juntos continuamos a percorrer.

Author: Sílvia Reis

Professora de Inglês e Alemão e tradutora é, hoje em dia, mãe a tempo inteiro e trabalhadora multi-funções em part-time. O pouco, muito pouco, tempo livre que lhe resta, é utilizado para ler. Podem segui-la no Blog O Dia da Liberdade, no facebook e no instagram.

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