Luís Filipe Castro Mendes acaba de vencer por unanimidade o Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes APE/ Câmara Municipal de Amarante 2019, pelo livro “Poemas Reunidos”, editado pela Assírio & Alvim, em 2018.
Instituído pela Associação Portuguesa de Escritores (APE) e patrocinado pela Câmara Municipal de Amarante, este prémio no montante de 12.500 euros destina-se a galardoar, bienalmente, obras completas de poesia ou antologias poéticas de autores portugueses.
Sobre a obra de Luís Filipe Castro Mendes, o júri constituído por Clara Rocha, Isabel Cristina Mateus e José Tolentino Mendonça destacou «a revisitação e renovação das formas clássicas, elegia e soneto, e, em especial, a relação com a tradição camoniana». «O jogo dialógico com os autores do cânone cultural ocidental, bem como a ponte intercultural com o Oriente e o Brasil», também estiveram na base da decisão do júri, que sublinhou ainda «a visão irónica e auto irónica relativamente à contemporaneidade».
Sobre a Obra
Poemas Reunidos
Apresenta-se neste livro a poesia completa de Luís Filipe Castro Mendes revisitada pelo autor, que suprimiu alguns poemas e trabalhou outros.
O prefácio é de Nuno Júdice e nele podemos ler que «Embora tendo publicado poemas desde os anos sessenta, é nos anos 80 do século passado que a obra de Luís Filipe Castro Mendes é assumida pelo autor como adquirindo plena identidade pessoal, sendo as “Seis elegias” (1985) o primeiro momento dessa afirmação. Original, desde logo, por surgir num momento da poesia portuguesa em que, longe das questões teóricas e formais que dominavam a poesia de 1970 em que, cronologicamente, se inscrevia, ele surge como um dos que prescrevem o que se pode chamar regresso a uma expressão mais pura do lirismo, de que a elegia é um dos modelos, remetendo quer para as Elegias de Rilke quer para um imaginário associado a uma vivência do mundo que é marcada pela dupla experiência do amor e da morte, reunindo esses contrários num conflito essencial que faz explodir dramaticamente o poema.»
Sobre o Autor
Luís Filipe Castro Mendes
Nasceu em 1950 e, ainda muito cedo, entre 1965 e 1967, foi colaborador do jornal Diário de Lisboa-Juvenil. Em 1974, licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa e desenvolveu, a partir de 1975, uma longa carreira diplomática. Entre outros cargos, foi Cônsul Geral no Rio de Janeiro e depois Embaixador em Budapeste, Nova Deli, junto da UNESCO e junto do Conselho da Europa, em Estrasburgo. Foi Ministro da Cultura do XXI Governo Constitucional da República Portuguesa.
Enquadrável numa estética pós-modernista, a sua obra revela um universo enigmático onde o fingimento e a sinceridade, o romântico e o clássico, a regra e o jogo conduzem às realizações mais lapidares e expressivas. Publicou na Assírio & Alvim os livros A Misericórdia dos Mercados, Outro Ulisses Regressa a Casa e Poemas Reunidos.
Boas Leituras ❤️