Sinopse
Um diálogo entre décadas e fronteiras, tão central no pensamento dos dois autores como urgente à luz dos muros e arames farpados que se erguem diante dos nossos olhos.
Em 1943, em fuga da Alemanha nazi e exilada nos Estados Unidos, Hannah Arendt escrevia, na língua do país que a acolhera, o ensaio Nós, Refugiados, publicado na revista judaica The Menorah Journal. Nele abordava a crise de identidade do povo judeu, problematizando a condição do refugiado e as alardeadas virtudes da sua assimilação.
Meio século depois, em Para Lá dos Direitos do Homem, publicado inicialmente no jornal Libération, Giorgio Agamben dialogava com o texto de Arendt para reflectir sobre o embaraço político e o próprio significado da figura do refugiado. no presente volume recupera-se este diálogo entre décadas e fronteiras, tão central no pensamento dos dois autores como urgente à luz dos muros e arames farpados que se erguem.
Sobre os Autores
Hannah Arendt nasceu em Hanôver, na Alemanha, em 1906. Estudou nas Universidades de Marburgo e Friburgo e doutorou-se em Filosofia na Universidade de Heidelberg, onde foi aluna de Karl Jaspers. Mudou-se para França em 1933. Em 1941, deslocou-se para os Estados Unidos da América, tornando-se cidadã norte-americana dez anos mais tarde. Foi professora convidada de várias universidades, incluindo Califórnia, Princeton, Columbia e Chicago, e professora catedrática na Graduate Faculty of the New School for Social Research. Recebeu a Guggenheim Fellowship, em 1952, e a Arts and Letters Grant do National Institute of Arts and Letters, em 1954.Hannah Arendt morreu em dezembro de 1975.
Filósofo italiano, Giorgio Agamben nasceu em Roma em 1942. Formado em Direito, com uma tese sobre o pensamento político de Simone Weil, é responsável pela edição italiana da obra de Walter Benjamin. Foi visiting professor na Università di Verona e na New York University, antes de renunciar entrar nos Estados Unidos da América, em protesto contra a política de segurança do anterior governo norte-americano. Atualmente leciona Estética e Filosofia Teorética na Università IUAV em Veneza. A sua produção centra-se nas relações entre a filosofia, a literatura, a poesia e, fundamentalmente, a política. Entre os seus ensaios filosóficos contam-se Bartleby, la fortuna della criazone (1993), escrito com Gilles Deleuze, Homo sacer (1995), Mezzi senza fine. Note sulla politica (1996), Quel che resta di Auschwitz. L’archivio e il testimone (1998), Il tempo che resta. Un commento alla «Lettera ai Romani» (2000), La communitá che viene (1990, 2001) e L’aperto. L’uomo e l’animale.
Boas Leituras ❤️