Título: A Cidade das Mulheres
Autora: Elizabeth Gilbert
Edição: Agosto 2020
Páginas: 400
Editora: Suma de Letras
ISBN: 9789897840531
O livro está ser relançado e está disponível nas livrarias a partir de 13 de abril.
Sinopse
No Verão de 1940, aos 19 anos, empurrada pelo desespero dos pais, Vivian Morris chega a Manhattan levando consigo apenas uma mala e uma máquina de costura. Embora pouco apreciados na prestigiada Faculdade de Vassar, o seu especial talento com as agulhas e a sua dedicação para lograr o penteado perfeito acabaram por transformá-la na estilista estrela de Lily Playhouse, o decadente teatro de variedades da sua nada convencional tia Peg.
Apesar da guerra, os dias em Nova Iorque são tudo menos aborrecidos. Nesta cidade das mulheres, Vivian e as suas amigas tentam ser livres e beber a vida até à última gota. Mas ela também descobrirá que tem lições para aprender e amargos erros para cometer e que, para viver a vida que verdadeiramente deseja, terá de se reinventar a cada passo.
Também disponível em EBOOK
Opinião
“A Cidade das Mulheres” é um livro que me leva a rumar contra a maré da opinião geral, ou seja, toda a gente o adora e eu nem por isso.
Todo o livro é uma carta escrita por Vivian a Angela, quando esta lhe pergunta o que é que Vivian foi para o seu pai.
Então, Vivian começa a contar toda a sua história de vida desde os seus 19 anos (da década de 1940 em diante): como era uma menina de boas famílias, como a avó a ensinou a costurar, como não tinha motivação para estudar numa universidade de renome, como os pais a despacharam para Nova Iorque para junto da sua tia… E é nesta cidade que se desenrola toda a ação, o seu desabrochar para a sexualidade, as suas amizades, o seu primeiro amor. Tudo é relatado a Angela ao pormenor, tudo, mesmo tudo!
É verdade que está subjacente uma grande história de amizade e até sororidade, mas a promiscuidade e outros comportamentos de risco adotados por Vivian não me fazem ter um sentimento de reconhecimento pela liberdade que foi sendo conquistada pelas mulheres ao longo de décadas.
Apesar de pequenos reveses, Vivian teve sempre sorte. Era uma mulher trabalhadora, mas, tal como a personagem refere a determinada altura «Por vezes, é simplesmente verdade que outras pessoas têm ideias melhores para a tua vida do que tu.». E é assim que a sua vida decorre entre o teatro, o álcool, a costura, orgasmos e homens.
Vivian faz questão de passar todo a narrativa a frisar que vai para a cama com todos os homens que lhe aparecem pela frente, ela mesma assume os seus comportamentos de risco e sua promiscuidade. Não que eu seja pudica, mas são estilos de vida com os quais não me revejo. Nada tem a ver com o género, a idade, a raça, a orientação sexual. Acho que o facto de uma pessoa se colocar em risco, seja de que forma for, não deveria ser celebrado.
E realmente foi pena a autora ter-se focado tanto nesta necessidade de sexo desenfreado de Vivian, porque nem é isso, quanto a mim, que caracteriza esta personagem.
Paradoxalmente, a história é quase inócua, com poucos desenvolvimentos focando-se em aspetos de menor importância, mas, verdade seja dita, não é uma leitura aborrecida, de todo. A escrita flui muito bem, se não fosse por isso, a leitura ter-se-ia arrastado por muito tempo porque os temas mais significantes foram abordados de forma breve sem terem sido aprofundados.
Boas Leituras ❤️