Título: A Cidade que Não Existia
Autor: Alfredo Cunha
Edição: Agosto 2020
Páginas: 208
Editora: Tinta da China
ISBN: 9789896715618
Sinopse
«Este não é um livro de imagens (só) sobre a Amadora. É um retrato de Portugal e dos portugueses. Revejo aquelas caras dos anos 70 na minha Escola Primária do Alentejo, todos índios, sujos e (sejamos sinceros) um pouco ranhosos. A pobreza era o denominador comum — sendo que havia um grande fosso entre o ‘remediado’ e o pobre, entre a janela do apartamento e o outro lado da ribeira. Estes são os portugueses de antes, mas também os de hoje. Nos anos 70, Alfredo fotografou na Amadora um país que já não podia existir, mas que teimosamente queria estar só no mundo.
Voltou 50 anos depois para fotografar o país a ser, a rir — a querer ousar. Apanhou um país suspenso, num pânico enclausurado — a antítese do que quer para o seu trabalho. Viu ruas sem gente, caras tapadas por máscara e sem expressão, aquele momento em que se está a cair no abismo e ainda não se sabe como vai ser o impacto.»
— Luís Pedro Nunes (autor do texto do livro)
Opinião
Este livro é um álbum fotográfico, monocromático, mais das pessoas que dão e deram vida à Amadora, e menos dos locais da cidade propriamente dita. Embora as imagens deixem transparecer a alma dos seus habitantes, a impressão daqueles momentos e daquelas vidas, teria apreciado mais se o livro fosse dedicado às ruas, aos edifícios, aos bairros, aos jardins e parques, aos lugares icónicos que fizeram da Amadora aquilo que é hoje, de forma a tirar as diferenças entre o antigo e o agora.
Não deixa de ser um trabalho notável, mas as expectativas anteriores nem sempre beneficiam a experiência e o contacto com um livro, seja ele feito de palavras ou de imagens.
Este é um livro que me faz muito sentido, pois foi na Amadora que passei toda a minha vida até há 3 anos. Eu nasci antes da Amadora se ter tornado cidade. Eu vi, senti, cresci e vivi a transformação da Amadora. As fotografias dos anos 1970 foram todas anteriores à minha nascença, mas reconheço alguns dos espaços.
A título de curiosidade, deparei-me com uma fotografia que reconheci imediatamente por se tratar da capa de um livro que tenciono ler entretanto: Morte em Directo de Maria José Núncio.
Boas Leituras ❤️