Título: A Febre das Almas Sensíveis
Autora: Isabel Rio Novo
Edição: 2017
Páginas: 200
Editora: Dom Quixote
ISBN: 9789722064378
Sinopse
Portugal, primeira metade do século XX. Entre os males que assolam um país isolado e retrógrado, a tuberculose ressalta como uma das principais causas de morte. Ainda sem recursos farmacológicos para combater a doença, os médicos recomendam aos infetados o internamento em sanatórios instalados em zonas de altitude. Na serra do Caramulo, outrora uma região pobre e agreste, cresce uma estância sofisticada que, no auge do seu funcionamento, chega a acolher milhares de doentes.
Entre o edifício do Grande Sanatório do passado – onde o drama do jovem Armando se cruza com o dos outros pacientes -, os escombros do presente, visitados por uma rapariga que coleciona histórias de escritores tuberculosos, e as páginas escritas pelo misterioso «R. N.», movem-se almas de todos os tempos: Eduardo, Natália, Carolina e Ernest, mas também Soares de Passos, Júlio Dinis, António Nobre e tantos outros atingidos pela febre das almas sensíveis.
Combinando o registo histórico e a toada fantástica que produziram a magia de Rio do Esquecimento, neste novo romance, finalista do Prémio LeYa, Isabel Rio Novo recupera a memória de uma doença esquecida, que marcou a sociedade de uma época e o nosso imaginário romântico.
Opinião
Que leitura espetacular, bravo! Acabei o livro a bater palminhas de contentamento, literalmente!
É um livro que aborda um tema que está intrinsecamente ligado à história da minha família, a tuberculose, ainda que numa fase diferente. Neste caso, somos convidados a seguir uma saga familiar, num Portugal atrasado da primeira metade do século XX. Este é, por assim dizer, o tempo predominante da narrativa. Existem outros tempos narrativos como o alusivo ao século XIX, com referência a vários nomes ligados à literatura (Eça de Queiroz, Júlio Dinis, Cesário Verde, Machado de Assis, etc.), e a um tempo presente em que uma rapariga vai revisitando as ruínas dos sanatórios do Caramulo.
Vamos encontrar retratos tristes e cruéis de uma doença que afetou e levou tanta gente. Só temos a agradecer os avanços da medicina e da farmacologia por virem reduzir drasticamente este e outros flagelos que numa ou noutra altura se fizeram sentir tão violentamente.
Numa escrita cuidada, repleta de factos muito bem documentados, estamos perante uma obra inesquecível. Já há muitos anos que não passo no Caramulo e fiquei ainda com mais saudades de lá ir novamente. Não dá para transmitir o quanto gostei desta leitura. Vai ficar para sempre dentro do meu coração.
Boas Leituras ❤️