Título: A Filha do Mentiroso
Autora: Megan Cooley Peterson
Edição: Janeiro 2021
Tradução: Fernanda Semedo
Páginas: 320
Editora: TopSeller
ISBN: 9789895642595
Sinopse
O que desconhecemos não nos fere… Até que nos destrói.
Perturbador. Intenso. Viciante.
Ela cresceu num culto. O seu pai é o líder… e um mentiroso.
Chama-se Piper, tem 17 anos e é filha de um profeta. Ela obedece e respeita o pai, e por essa razão cuida das irmãs mais novas e prepara-se para o apocalipse. Porque assim foi ensinada e nunca o deve questionar.
Até ao dia em que arrancam Piper da família que sempre conheceu e a levam para o Exterior: esse mundo que lhe foi ocultado desde criança, um mundo desconhecido e longe de Caspian, o rapaz que ela ama.
Nesta nova realidade, tentam convencê-la de que o seu pai é maquiavélico, um fanático. E há uma mulher que diz ser sua mãe. Mas Piper recusa-se a aceitar e só quer fugir para regressar a casa… Afinal, no que deve acreditar? Nas palavras dos seus raptores? Ou na única verdade que conhece?
Opinião
Este é um daqueles livros que teria comprado só pela capa, achei muito apelativa e perturbadora.
Logo desde o início do livro se constata que Piper, a personagem principal, idolatra de forma pouco saudável o pai e a mãe. Vive fechada numa comunidade religiosa que apregoa o fim do mundo e tem pânico da má influência do exterior. Mas é no interior da seita que os castigos e as privações têm lugar e as lavagens cerebrais, que começam logo na infância, são constantes e reiteradas.
Gostei muito da forma como a narrativa se desenrola até ao final em dois momentos distintos intercalados, o antes e o depois do culto. Mas está longe de se poder considerar um thriller, tal como está classificado, mesmo para jovens adultos.
A escrita é muito simples, as frases bem curtas e os capítulos pequenos. Não há, para além do que é óbvio na experiência narrada, um aprofundamento das temáticas abordadas (a depressão, o choque de realidades e o impacto que tem na formação da personalidade, a passagem de um sistema de crenças para outro, …). Senti falta de uma análise mais detalhada das questões éticas e morais que se levantam ao longo de toda a obra.
Não deixa de ser uma narrativa interessante e chocante, baseada na experiência de vida da própria autora. Os abusos constantes sofridos no seio desta seita extremista, em que o castigo, o medo e as lavagens ao cérebro são as principais ferramentas para ensinar os mais novos.
Apesar de ter sido uma boa leitura, achei-a um pouco superficial, estava à espera que fosse mais intensa, que levantasse e trabalhasse determinadas temáticas mais sensíveis, aprofundando e confrontando sentimentos contraditórios, o antes e o depois, questões do foro psicológico e do desenvolvimento. A narrativa pouco mais se limita ao relato de uma estória.
Tendo gostado, não me senti particularmente entusiasmada como no início da leitura.
Boas Leituras ❤️