Título: A Luz Entre Oceanos
Autor: M. L. Stedman
Edição: Julho 2012
Tradução: Maria João Freire de Andrade
Páginas: 368
Editora: Editorial Presença
ISBN: 9789722348485
Sinopse
O amor exige tudo
1926. Regressado dos horrores da Primeira Guerra Mundial, Tom Sherbourne aceita ocupar o posto de faroleiro numa remota ilha ao largo da costa oeste australiana. A ilha proporciona refúgio e consolo para os fantasmas do passado, e Tom e a mulher, Isabel, estão satisfeitos com a sua vida, exceto com não conseguirem ter filhos.
Numa manhã de abril, um barco dá à costa. Nele encontram-se um homem sem vida e um bebé a chorar. Isolados do mundo real, Tom e Isabel decidem quebrar as regras e seguir o que o coração lhes diz. Mas a sua decisão terá consequências devastadoras…
Adaptado ao cinema, “A Luz entre Oceanos” é um romance delicado e comovente onde o amor incondicional de uma mãe pela filha e a dor de uma mulher que não pode ter filhos se sobrepõem, esbatendo as fronteiras do bem e do mal.
Opinião
Não há como não gostar desta história. Com uma escrita maravilhosamente fluida e com descrições tão ricas que nos permitem visualizar os cenários que a autora nos propõe de uma forma muito crua e cabal.
A narrativa centra-se no início de uma vida verdadeiramente a dois, em conjunto, no meio do mar, numa ilha, num farol, longe da civilização, com algumas incursões do passado pelo meio, para nos situar e dar uma perspetiva mais intensa das personagens e respetivas personalidades.
Este livro promove a reflexão sobre o poder do silêncio, do mar, das estrelas, da introspeção; sobre o significado transcendental da vida em geral e da maternidade em particular; sobre a guerra que mata e mutila quem está na frente de batalha, mas que deixa marcas profundas nos que esperam, em vão, pelo regresso dos seus, a destruição e a devastação que se instala no seio das famílias e na própria comunidade.
Cada personagem tem a sua história individual, esplendidamente bem descrita, que nos chega diretamente ao coração, relativa a vivências muito duras e tristes. É impossível não sentir empatia por todas as personagens.
Mas o que acontece quando se quebram todas as regras deontológicas, éticas e morais, quando se corrompe o próprio senso comum, tentando acreditar que se está a agir em nome de um bem maior, quando, na realidade, é o ego que o solicita aproveitando as brechas do destino? Quanto o espírito humano se permite suportar com o peso da mentira e da culpa? E quando a verdade se expõe e pesa na consciência, como se reverte o irreversível?
Uma história incrível, muito bem contada, que nos coloca em situações perturbadoras, onde o que é certo e o que é errado se misturam de tal forma que é difícil destrinçá-los.
Boas Leituras ❤️