Título: Felicidade
Autor: João Tordo
Edição: Outubro 2020
Páginas: 328
Editora: Companhia das Letras
ISBN: 9789897840401
Sinopse
Lisboa, 1973
Nas vésperas da revolução, um rapaz de dezassete anos, filho de um pai conservador e de uma mãe liberal, cai de amores por Felicidade, colega de escola e uma de três gémeas idênticas.
As irmãs Kopejka são a grande atracção do liceu: bonitas, seguras, determinadas, são fonte de desejos e fantasias inalcançáveis.
Respira-se mudança – a Europa a libertar-se das suas ditaduras e Portugal a despedir-se da velha ordem – e vive-se a promessa da liberdade, com todos os seus riscos e encantos. É neste tempo e neste mundo, indeciso entre tradição e modernidade, que o nosso narrador cai num abismo pessoal.
A primeira noite de amor com Felicidade acaba de forma trágica, e o jovem vê-se enredado na malha inescapável das trigémeas Kopejka, três Fúrias que não tem poderes para controlar. À semelhança de uma tragédia grega, o herói encontra-se subjugado por forças indomáveis, preso entre dois mundos.
Felicidade é uma história de amor e assombração nas décadas que transformaram Portugal. Um romance enfeitiçante, repleto de ironia e humor, de remorso e melancolia, em que João Tordo aborda os temas do amor e da morte, e das pulsões humanas que os unem.
Opinião
Bravo!
Foi a minha estreia com João Tordo e estou fascinada.
Estava com receio de me deparar com uma simples história de amor e fiquei extremamente surpreendida e agradada por não ter sido assim.
Que leitura fluida, que narrativa tão interessante e tão bem desenvolvida, que enquadramento, histórico, político e social, fantástico do pré e do pós 25 de Abril de 1974, as analogias com a tragédia grega e a mitologia.
Uma história incrível, nada exequível, com passagens de humor negro tão inteligentes que me arrancaram umas boas gargalhadas durante a leitura, ainda que a vida da personagem principal, o narrador, tenha sido frustrante e trágica.
Nem toda a gente irá gostar, tem muitas referências histórias e esmiúça a mitologia grega, enquanto vamos percorrendo a vida do narrador, entre avanços e recuos, entre muitas divagações.
O único ponto fraco é a constante referência ao sexo, o que não acrescenta brilhantismo à narrativa.
De resto, adorei!
Boas Leituras ❤️