Muito se tem dito sobre a escrita de Ana Bárbara Pedrosa, uma das vozes mais jovens da ficção portuguesa. Para José Riço Direitinho, do Público, é «uma escrita singular que impressiona pelo arrojo e versatilidade, pelo tom coloquial que nunca se perde».
Em Palavra do Senhor – que chegará às livrarias na próxima quinta-feira, dia 6 de maio –, a autora continua a surpreender-nos com a sua escrita experimental irreverente e desarmante.
Neste novo romance, Ana Bárbara Pedrosa faz uma reinterpretação do que levou Deus a criar o mundo e Jesus. Deus, o narrador, conta-nos finalmente a sua versão, na primeira pessoa, acabando com milhares de anos de boatos e mal-entendidos. Trata-se de uma obra inteligente, que humaniza todos os seus protagonistas através de um cativante sentido de humor.
«Já tinha aprimorado a forma, trabalhei os traços: ancas arredondadas, barriga lisa, pele macia. No peito, carne que parecia inútil, mas que viria a alimentar a espécie numa simbiose natural. Tirei-a de um homem por preguiça, mas quando ele percebeu julgou-a sua. Não foi logo, primeiro veio o pasmo de ver outra, e a confusão ao ouvi-la dizer “Eva”. Tudo sem verbos ainda, o Verbo era só Eu.»
O lançamento do livro será online, transmitido na página de Facebook da Bertrand Editora (www.facebook.com/Bertrand.Editora), na sexta-feira, dia 7 de maio, às 18h30, e está integrado no 5L – Festival Internacional Literatura e Língua Portuguesa.
A obra será apresentada pelo escritor brasileiro Itamar Vieira Júnior.
Sinopse
«Leram tudo e entenderam tudo mal. Falam de Sodoma e Gomorra, chacinas, inundações. Dizem que separei famílias, disseminei a fome, escolhi matar pessoas. Com tanto mundo à frente, só um insensato pode julgar que não há Deus. Poderia a vida, esta coisa múltipla e parca, ser obra mera do acaso? Mais tarde ou mais cedo, eu teria de repor a verdade, contar à gente de onde vem, para onde vai, quem é. Pode julgar-se que vem tarde a narrativa fundadora que corrige as anteriores, mas veio na hora certa porque foi a hora que eu escolhi.»
Nem tudo foi como ficou na Bíblia. Os humanos não puderam entender Deus e os boatos ganharam espaço à verdade. Durante milénios, cada um teve a sua história, os mal-entendidos fizeram mossa. Chegou então a hora de Deus esclarecer o que deu azo a versões dúbias.
Uma escrita experimental irreverente, bem-disposta, desarmante e deliciosamente herética.
Sobre a Autora
Ana Bárbara Pedrosa nasceu em 1990. Viveu e estudou em Portugal, no Brasil e nos Estados Unidos.
Em 2019, publicou o romance Lisboa, chão sagrado (Bertrand).
É doutorada em Ciências Humanas, mestre em Estudos Portugueses, pós-graduada em Linguística e em Economia e Políticas Públicas e licenciada em Línguas Aplicadas. Trabalha como linguista a tempo inteiro. Como freelancer, faz crítica literária, revisão, tradução e edição.
Nos tempos livres, dedica-se à literatura, viaja, estuda norueguês e pratica jiu-jitsu e kickboxing.
Boas Leituras ❤️