Depois do Manual de Civilidade para Meninas e de Uso nas Escolas, a Guerra e Paz Editores publica uma nova edição de Três Filhas de Sua Mãe, outro livro de Pierre-Félix Louÿs, um dos maiores e mais desconhecidos escritores franceses.
Inicialmente escrita em 1910, esta pérola da literatura erótica e libertina só viria a ser publicada, clandestinamente em 1926. Um texto revolucionário e subversivo, que confere, intencionalmente, às mulheres um papel de donas da sua sexualidade, Três Filhas de Sua Mãe chega à rede livreira nacional no próximo dia 4 de Maio, com a chancela da Guerra e Paz Editores.
Há aqui prostitutas e perversões, mas não mulheres humilhadas. As mulheres descritas em Três Filhas de Sua Mãe são livres e buscam o seu próprio prazer, rasgando a capa da normalidade e do aceitável. Pierre-Félix Louÿs, figura provocadora, progressista e incompreendida do seu tempo, derruba todos os muros, o desviante torna-se normal e a perversão eleva-se a princípio moral.
Neste clássico do erotismo universal, a mulher é vista como usufrutuária do desejo, relegando a figura masculina para um mero instrumento sexual. As heroínas deste livro não só se impõem aos seus amantes, como tomam a iniciativa, gozam desalmadamente e procuram também cumprir as suas fantasias mais sórdidas e mais reprováveis aos olhos da sociedade.
O resultado é um vasto cardápio de perversão e de comportamentos desviantes: sodomia, safismo, pedofilia – aos olhos da actualidade –, incesto, escatologia e até bestialidade. Sim, trata-se de pura libertinagem. Mas basta aos leitores alguma coragem e muita curiosidade para descobrirem ou redescobrirem novos prazeres.
Assim é o génio de Pierre-Félix Louÿs, aqui imortalizado, para quem o desconheça. Um dos mais importantes autores da literatura francesa do começo do século xx, com ligações a Mallarmé, a Gide e a Verlaine e cuja obra inspirou uma geração de grandes autores, desde Oscar Wilde a André Gide, Nobel da Literatura de 1947.
Três Filhas de Sua Mãe chega às livrarias de todo o país no próximo dia 4 de Maio com a chancela da Guerra e Paz e tradução de João Moita. O livro pode ainda ser adquirido no site da editora.